Algumas cidades do Distrito Federal são abastecidas por sistemas que dependem de mananciais pequenos ou médios, que reduzem sua disponibilidade hídrica nos meses secos. É o caso de Sobradinho e Planaltina. Quem mora nessas cidades sabe que no período de seca, os córregos Pipiripau, Mestre D'Armas, Quinze, Corguinho, Brejinho, Fumal Contagem e Paranoazinho, que fazem parte do Sistema de Abastecimento Sobradinho-Planaltina, ficam com pouca disponibilidade de água. Há, ainda, algumas áreas como a Fercal que são abastecidas por poços profundos.
Uma das ações da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) para melhorar a oferta de água nessas cidades é a execução do Programa Água Legal, que tem como objetivo regularizar e ampliar os serviços de saneamento para as populações hoje abastecidas por sistemas precários ou por ligações clandestinas de água no DF.
Na área norte, que inclui as RAs de Planaltina, Sobradinho, Sobradinho II e Fercal, 12 áreas integram o planejamento para execução em 2021.
Nas ARIS Mestre D'Armas I e ARIS Mestre D'Armas II, em Planaltina, desde setembro de 2020, foram regularizadas 361 novas ligações de água, beneficiando cerca de 1.100 pessoas. A primeira etapa do Plano de Atendimento 2021 do Programa prevê a regularização de 477 novas ligações. Com isso, a Companhia estima a recuperação de 5.250 m3 de água por mês. Estão sendo investidos cerca de R$ 500 mil, em recursos próprios da Caesb. Até o momento, 350 moradias estão em fase final de regularização na Fercal Oeste.
O coordenador do Programa Água Legal, Jefferson Motta, explica que, em Sobradinho, seis áreas foram selecionadas para diagnóstico. Dessas, três devem ser contempladas com a execução de 654 ligações, ainda em 2021. Em Sobradinho II, 23 novas residências no Condomínio Chácara Trapiá acabam de ser atendidas no âmbito do Programa Água Legal. “Nas RAs da zona norte do DF, dez áreas encontram-se em fase de elaboração de projeto. Ao todo, nesses locais, os estudos de regularização em curso preveem atingir cerca de 5 mil moradias em suas fases atual e futuras. Novas áreas serão incorporadas aos estudos à medida que a execução das obras evoluir”, prevê Jefferson Motta.
População deve manter hábitos conscientes de consumo
Mudar os hábitos de consumo pode ser uma poderosa ajuda na manutenção dos níveis dos reservatórios que abastecem essas cidades. Ações como banhos mais curtos, conserto de vazamentos, regulagem da descarga e lavagem de calçadas a seco contribuem para evitar um problema maior. Reduzir o tempo de banho de 20 para 5 minutos, por exemplo, pode economizar 90 litros de água.
Consertar vazamentos também é muito importante. Uma torneira pingando desperdiça 46 litros de água por dia e se o vazamento for maior, em forma de filete, o desperdício pode chegar a 750 litros por dia. Outro hábito que gasta muita água é a lavagem de calçadas. Varrer a sujeira ao invés de lavar as calçadas com mangueira gera uma economia de, em média, 120 litros de água potável. Outra alternativa é utilizar a água usada na lavagem de roupas para limpar as calçadas. O simples ato de escovar os dentes com a torneira fechada e só abrir para enxaguar a boca pode economizar 16 litros de água.
Foto: Divulgação Caesb